Leroy Merlin Aposta na Digitalização do Mercado de Construção
De Empresa para Empresa
Texto: Júlia Pestana
"No mundo da construção, a
experiência de compra digital ainda é atrasada, porque tem muitas
especificações, entregas de grande volume, frete caro e toda a cadeia logística
que a torna mais complexa", explana Jaime Calleya, Diretor B2B da Leroy Merlin
Brasil, em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News. A fim de facilitar a
jornada de compra de empresas, a varejista de materiais de construção entrou no
mercado de manutenção e obras em empresas e condomínios, bem como construtoras
e prestadores de serviço. "Todas as 45 lojas espalhadas pelo Brasil já estão
preparadas para prestar consultoria de cotação, escolha do melhor produto,
fornecimento de soluções de crédito, de logística e, eventualmente,
instalação", conta o executivo.
Plataforma Digital para B2B
Em processo de
digitalização, a Leroy Merlin possui 17 das suas lojas operando na plataforma
para empresas e, entre junho e julho deste ano, planeja oferecer o serviço em
todas as suas unidades. O segmento B2B contará com um ambiente online
interativo, onde empresas e condomínios poderão resolver pendências de
manutenção ou fazer listas de obra. Segundo Jaime, a jornada do e-commerce é
inevitável, uma vez que nos últimos 2 anos as vendas à distância vem evoluindo
de 3% para 10% do faturamento. "Vejo um movimento de digitalização para as
empresas, mas o varejo e as indústrias ainda não estão preparados para uma
jornada digital. Nos próximos anos, isso vai mudar, porque ajuda a cadeia
inteira, não apenas quem está comprando", explica o diretor.
Negócio em Crescimento
Em 2021, a Leroy Merlin
faturou R$ 529 milhões em vendas no segmento B2B, com crescimento de dois
dígitos. "No Brasil, 20 milhões de empresas possuem um imóvel. Se tem imóvel,
nós podemos ajudar", afirma Jaime. Com atendimentodesde empresas a escolas, o executivo
destaca que os segmentos que mais solicitam serviços são construtoras de
pequeno porte e condomínios. Segundo ele, as construtoras utilizam a varejista
como se fosse o seu "estoque", requisitando produtos quando necessários; já os
condomínios estão constantemente precisando de equipamentos e reparos. Ainda,
Calleya analisa que as plataformas digitais podem facilitar o universo da
construção: "São 40 mil itens, então a digitalização poderia agenciar o
estoque, organizar as especificações e ter acesso rápido à disponibilidade do
produto", vislumbra o diretor.