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Nasce a Indústria de Vouchers no Meio Físico da Pandemia

03/04/2020

Nasce a Indústria de Vouchers no Meio Físico da Pandemia
  * Por Instituto Nacional do Varejo (INV)

  Nos tempos de crise, medo e incerteza fortalecem a insegurança das relações de consumo no Brasil, mas temos capacidade intelectual e de inteligência para execução de diversos projetos que podem mitigar os efeitos dessa pandemia em diferentes segmentos e canais.

  Tanto a indústria, como o varejo vem buscando atenuar os efeitos da crise com ações inovadoras, não só no campo da saúde e segurança para aumentar a proteção de colaboradores e terceiros de diferentes frentes de atuação (promotores, repositores, balconistas de farmácia,enfermeiros, médicos, caminhoneiros, etc.), como também em ações de manutenção de emprego dentro da cadeia de suprimentos e do abastecimento de produtos em todas as redes varejistas.

  O que vem sendo discutido com pouco diálogo e transparência com entidades patronais da indústria é a questão da manutenção dos preços de todas as categorias, já que não existe pressão forte e continuada de demanda, somente pressão cambial sobre produtos agrícolas importados.Esse diálogo precisa ser intensificado, já que os interesses são comuns para reativação da economia nacional.

  Importante ressaltar que inúmeras indústrias têm concedido apoio financeiro na negociação e oferta de novos prazos de pagamento dos pedidos entregues neste período a toda a cadeira de distribuição (distribuidores, pontos-de-venda, etc.). Já o pequeno varejo, sem poder de negociação com a indústria,tem corrido para os bancos e cooperativas de crédito para solicitar aumento de seus limites de crédito, prorrogar pagamento de parcelas de financiamentos e empréstimos, aumentando significativamente o endividamento do setor em quase todos os canais de vendas.

  Segundo Ricardo Vieira, CEO e fundador do Instituto Nacional do Varejo: "A indústria e distribuidores precisam ficar atentos ao comportamento e o volume dos próximos pedidos devido ao nível de endividamento do pequeno e médio varejo. Uma questão crítica é essencial para o debate: como alavancar as vendas ao consumidor, antecipando o fluxo de caixa?Diversas indústrias já estão oferecendo mecanismos e ferramentas de venda de vouchers em diferentes canais (bares, restaurantes, mini mercados, etc.)"

  O projeto Apoie Um Restaurante quer auxiliar estes pontos-de-venda a manter os clientes mesmo durante a quarentena, vendendo vouchers que podem ser consumidos no futuro e garantindo a movimentação do caixa desses estabelecimentos mesmo de portas fechadas. É o caso da AmBev com campanha da Stella Artois criou site de vouchers para ajudar pequenos restaurantes; Foodpass, que possui um site de venda de ingressos de eventos culinários, está recebendo cadastros de interessados em comercializar seus vales. Diversos restaurantes se reuniram em diferentes cidades em portais de delivery, comercializando vouchers com 50% de desconto para antecipar e garantir receita nesses meses de quarentena.

  No setor de serviços, os salões de beleza já assumiram essa ação promocional, alguns também viram na venda de vouchers a possibilidade de manter seus negócios. O valor arrecadado será usado para pagar, preferencialmente, os salários dos funcionários que atuam em regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e as comissões dos autônomos. O que sobrar será destinado às demais despesas...

  Outros canais como lojas de conveniência, padarias e confeitarias deveriam também propor ofertas especiais para aumentar o volume de entregas através de combos promocionais. "O que também sugerimos é fazer o incremento do delivery, divulgações nas regiões mais próximas e renegociar os contratos, mas está provado que o pequeno varejo não tem conhecimento sobre o perfil do shopper de maior potencial em suas áreas de influência, não domina custos e ferramentas de logística de entrega, tem dificuldade de promover e ativar seus produtos em mídia digital para aumentar a taxa de conversão, etc. Sofre com ausência de sua presença no ambiente digital para incrementar suas vendas num momento de crise", admite Ricardo Vieira.
 
  Segundo dados da pesquisa da CIELO em operação de cartões de débito, constatou-se grandes perdas em quase todos os canais de vendas do varejo, menos em supermercados e farmácias, mantidas abertas (consideradas essenciais) para atender a população em quarentena,mas o volume de vendas dos últimos dias de março sofreu queda relevante proveniente da antecipação das compras por abastecimento das classes A e B. Teremos outro pico de consumo com o recebimento de salários das classes C e D.

  "Além disso, muitas redes varejistas (supermercados) neste momento buscam implantar plataforma de e-commerce, delivery e CRM com sortimento de 10.000 SKUs em 10 dias, isso é impossível. O processo de implantação precisa ser respeitado para garantir qualidade da entrega, mapeando e integrando novos processos e revisando procedimentos, capacitando equipes de operações, marketing, vendas e logística,integrando sistemas de vendas ao CRM, implantando plataforma de business intelligence (BI)para planejamento de campanhas, definindo régua de ativações e motor de recomendações, calibrando a otimização de mídias, etc, para acelerar no período pós-COVID19," enfatiza presidente do INV.

  Segundo dados da Nielsen, grande parte das compras geradas no e-commerce são promovidos pelo shopper de primeira compra, principalmente, no autosserviço alimentar (supermercados, hipermercados, etc.) , chegando no pico de 45% no dia 20 de março.
 
  O canal de whapps vem ajudando diversas redes de atacarejos e supermercados em fechar pedidos de clientes, garantindo canal direto com o shopper. Se essa venda não for identificada pelo CRM, o varejista acaba não mensurando as taxas de conversão e as cestas deste cupom para histórico de vendas por shopper (CPF). "Mesmo em redes varejistas que não possuem plataforma de e-commerce e CRM, estão vendo no Whapps uma forma rápida de ampliar a cobertura de seus serviços e turbinar suas entregas. Há varejistas que possuem rede de 10 lojas que chegam a consolidar dados de 80 mil clientes, uma média de 8mil clientes ativos por loja com comunicação direta pelo Whapps.", ratifica Ricardo Vieira.

  Em uma pesquisa global, desenvolvida pela Nielsen, apresentaram indicadores relevantes para nossa compreensão da forte utilização pelo varejo, além da grande cobertura pelo shopper brasileiro.

  - 76% dos entrevistados disseram que aplicativos de mensagens instantâneas facilitam suas vidas.
  - Os participantes afirmaram que as mensagens móveis tornam a comunicação mais simples (69%), mais contínua (65%) e mais frequente (63%).
  - 67% dos clientes disseram que esperam se comunicar com empresas também por meio dessas plataformas.
  - 53% declararam que estão mais propensos a comprar de empresas com as quais podem se comunicar por meio de mensagens diretas nesses canais.
 
  Como em qualquer outro canal de comunicação, antes de começar a compartilhar informações com seus clientes no WhatsApp,é importante definir quais tipos de conteúdos serão divulgados nesta plataforma e qual será a frequência de envio.

  Algumas possibilidades de conteúdos que os varejistas precisam planejar para execução:
  - Informações sobre as lojas ?seus serviços, produtos e eventos.
  - Dicas sobre como utilizar os produtos.
  - Comparação entre modelos de produtos de diferentes marcas.
  - Promoções exclusivas para clientes deste canal.
  - Ofertas personalizadas.
  - Resposta a solicitações feitas no SAC.


  Grande parte dessas redes utilizam o canal de Whapps para distribuição de seus tabloides e registrar pedidos para entregas a domicilio com grande eficiência no mesmo dia ou em prazo de 24 horas. De acordo com Ricardo Vieira, CEO do INV: "A grande deficiênciaé não garantir a visão gerencial de geolocalizar esses clientes em suas áreas de influência para parametrizar os níveis de serviço de entrega e avaliar o perfil do sortimento solicitado por bairro/região. Da mesma forma, ainda não é possível realizar ofertas exclusivas e/ou personalizadas, pois não ainda possibilidade desegmentar ou clusterizar essa base de dados de forma integrada ao canal de ativações, porém o Whapps vira grande canal para distribuição de voucher pelo canal frio (bares, restaurantes e lanchonetes) cumprindo seu papel num momento de emergência para alavancagem das vendas."



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