Demanda Despenca em Alguns Setores e Explode em Outros
Startups se Adaptam na Crise
Texto: Bruna Soares
O atual cenário tem se mostrado desafiador para as startups. Com exclusividade
ao Jornal Giro News, Gustavo Gierun, cofundador do hub de inovação Distrito, revela que a crise
será um grande filtro para o setor. "Muitas startups tiveram impactos
superiores a 70% na receita e algumas passaram a não ter receita. Por outro
lado, alguns segmentos como educação a distância, e-commerce, logística,
telemedicina e serviços de tecnologia viram suas demandas explodirem após a
crise." Para o executivo, apesar da pandemia, existem oportunidades em diversos
segmentos. "Quem tiver a maior capacidade de se adaptar e entender a mudança no
comportamento do consumidor será beneficiado", analisa.
Potencial de Crescimento
Passada a pandemia, a previsão é que o setor de startups, inovação e tecnologia
continue crescendo nos próximos anos. "2020 será um ano para repensar o mercado
e o modelo de negócio, e buscar se adaptar às novas realidades. Muitos ajustes
serão feitos neste período e quem sobreviver certamente estará mais forte."
Segundo Gierun, há características das startups que serão importantes para
superar a crise. "As principais são resiliência, capacidade de adaptação ou
reconstrução e gestão - tanto de pessoas quanto da própria empresa", observa.
De acordo com o executivo, neste momento, o Distrito está investindo em
tecnologia para aumentar sua comunidade e torná-la mais integrada.
Investimentos Adiados
Por
sua vez, os investidores estão buscando entender a profundidade e extensão da
crise. "A maioria dos gestores está focada em apoiar as startups do portfólio
antes de olhar novas oportunidades", reforça Gustavo Gierun. Segundo ele, os
fundos de venture capital mais atuantes no Brasil estão capitalizados e deverão
retomar o ritmo gradualmente ao longo do ano. "No mundo da tecnologia sempre
existem boas oportunidades, ainda mais em um mercado ainda pouco explorado e
ineficiente como é o brasileiro." Hoje, São Paulo representa o maior mercado
para as startups. "No estado, os segmentos que mais se desenvolvem são Fintechs
(13,5%), AdTechs (11,8%), Heathtechs (8,4%), Edtechs (7,9%) e RetailTechs
(6,2%)", finaliza o executivo.